Uma nova visão sobre as relações entre Pessoas, Ambientes e Processos

A combinação entre fatores tecnológicos, sociais e circunstanciais nos leva a uma reflexão profunda sobre a relação entre Pessoas, Ambientes e Processos Empresariais. Neste artigo, consideramos também o recurso tempo e como ele deve ser analisado.

O impacto do Espaço-Tempo nas Evoluções Tecnológicas

Se mergulharmos na jornada em cada uma das revoluções industriais, podemos dizer que a relação homem, tempo e natureza, vem sendo transformada. Desde a máquina a vapor (século XVIII), com a construção das ferrovias, tivemos um maior fluxo de mercadorias, ampliando as relações internacionais e o processo de urbanização. Com a chegada da energia elétrica (1850 à 1945), além da evolução dos meios de transporte (automóveis e aviões), também a comunicação teve um enorme progresso. A dinâmica do mercado de alimentos passou por uma transformação sem precedentes com a possibilidade de refrigeração, prolongando assim a vida útil para consumo.

A chamada Terceira Revolução Industrial, iniciada entre 1950 e 2010, marca a passagem da mecânica analógica à mecânica digital. A internet conectou o mundo em rede e a noção espaço-tempo ficou ainda mais estreita. Desde 2011, temos visto a rápida inserção da Indústria 4.0 trazendo conceitos ainda mais tecnológicos que possibilitam integração total entre Pessoas, Ambientes e Processos como, por exemplo, Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (AI).

A confluência de Tecnologias passou a permitir uma nova experiência às pessoas. Conceitos como CX (Costumer eXperience ou eXperiência do Consumidor) e UX (eXperiência do Usuário) adquiriram grande importância. O mundo virtual adentrou à realidade das relações comerciais e empresariais, sociais e de trabalho.

A reflexão sobre este breve resumo, traz uma percepção latente do que cada transformação tecnológica trouxe de impactos nas diferentes gerações neste tempo-espaço.

Pessoas na Era da Instantaneidade

No mundo de hoje, pessoas obtêm respostas às suas necessidades em tempo real, ou quase isso. Devemos nos lembrar que o conceito de inovação não cabe apenas à tecnologia. Novas formas de viver, de consumir, de trabalhar, de se comportar estão presentes em nosso dia a dia. Por este motivo, a era da instantaneidade enaltece o conceito de CX – eXperiência do Consumidor. As pessoas desejam ser surpreendidas. Para isso, múltiplos canais de marketing e vendas surgem no mercado multicanal ou omnichannel, e as empresas que consideram esta nova perspectiva de consumo, estabelecem uma convergência destes canais, na definição de plataformas Omnichannel (todos os canais integrados). Hoje o cliente pode escolher comprar online através do site ou App no celular e retirar seu pedido na loja. Ou ainda, experimentar roupas, ou sapatos em uma loja física e concluir a sua compra em casa pela App no celular. Para oferecer então a melhor experiência ao consumidor, as Empresas têm inovado nas diversas possibilidades dos seus canais de venda e atendimento.

No entanto, estas mesmas pessoas que tem grande oferta de produtos e serviços como consumidores, são moradoras de um condomínio, trabalham em empresas, indústrias, ou mesmo são gestoras nestes ambientes corporativos. Aí temos um ponto de estrangulamento, dado que a experiência excepcional vivida como consumidor, muitas vezes não entra em choque com a realidade dos ambiente de trabalho, onde temos processos retrógrados, ambientes burocráticos, de alta complexidade e baixa produtividade que oneram o atendimento ao cliente, travam os fluxos operacionais, gerando assim péssimas experiências aos usuários nos ambientes corporativos.

A recomendação então para as organizações é ter um melhor alinhamento das estratégias corporativas, onde a experiência excepcional do consumidor (CX), deveria estar alinhada com Processos internos mais simples, e assim, também os seus Colaboradores, Fornecedores e outras pessoas interessadas, tenham experiência excepcionais como usuários (UX).

Ambientes na Era da Instantaneidade

Nos últimos tempos, muitas Empresas aderiram aos ambientes flexíveis de trabalho. Essas empresas já mantinham colaboradores em diversos regimes de contrato, atuando remota ou presencialmente dependendo da estratégia e cultura de cada organização. A quebra do limite físico através do uso de Tecnologia para a comunicação à distância, além de gerar grandes economias com a redução de espaços, pode quebrar também barreiras culturais e aumentar a velocidade de comunicação entre diferentes pessoas, culturas e países. É claro, que certas atividades, como fabricação de itens, distribuição de produtos, entre outras, demandam do trabalho presencial, mas muitas destas empresas também tiveram grandes avanços na otimização de Processos com o uso de Tecnologias disruptivas em seus ambientes de trabalho..

O mundo foi surpreendido pela Pandemia do COVID-19, e forçou cidadãos de todo o planeta ao isolamento, no entanto as empresas precisavam continuar suas atividades, e os empresários decidiram pelo home office como ação rápida para resolver o problema, sem muito tempo para planejar ações mais elaboradas. Rapidamente, softwares de gestão, criptografia, entre outras ferramentas foram disponibilizadas para permitir a fluidez do trabalho remoto. As casas dos colaboradores foram adaptadas para receber móveis mais ergonômicos e equipamentos que antes eram proibitivos em tempos comuns. Com um certo sucesso e produtividade similar ao modelo antes vigente, algumas empresas reduziram ou adaptaram os seus espaços corporativos, economizando despesas como transporte, aluguel, serviços, etc. Com certeza muitas destas empresas nunca mais retornarão ao modelo anterior, no entanto recomendamos bastante cautela, pois a flexibilização dos ambientes de trabalho deve considerar as natural necessidade de interação social entre as pessoas, característica ainda mais presente em países latinos como o Brasil.

O impacto desta crise foi a inclusão de requisitos que tratam de riscos biológicos que antes não estavam presentes nos ambientes físicos. Entendemos que as incertezas sobre vacinas e erradicação do vírus, moveram as empresas para o novo planejamento dos Espaços, e muitos destes cuidados serão incorporados ao ambiente, principalmente empresas com maior risco ao seu negócio (indústria alimentícia, farmacêutica, etc), porém muitos serão naturalmente deixados de lado ao longo do tempo.

Um espaço de trabalho pode ser em um local físico, na empresa, mas pode ser também habilitado em um cômodo na casa do colaborador ou um café próximo de casa ou no shopping, daí o conceito do anywhere office. O que promove qualquer lugar a um espaço de trabalho é simplesmente a conectividade e equipamentos / ferramentas que possam gerar produtividade e ao mesmo tempo bem-estar do colaborador. Isso sim é uma grande evolução dos espaços de trabalho, pois se uma pessoa pode trabalhar no aeroporto antes de uma viagem, este será o seu seu espaço de trabalho se o mesmo tiver um acesso à internet e ferramentas de tecnologia.

Os espaços físicos de trabalho neste novo paradigma, podem vir a ser lugares preparados com infraestrutura segura, higiênica, sustentável e com focos mais exclusivos de interação entre as pessoas e com isso também vemos o benefício de menos tempo de deslocamentos das pessoas entre casa e escritório, trânsito aliviado gera menor poluição ao meio ambiente e assim mais tempo de lazer ou entretenimento com a família e amigos.

Processos e Tecnologias na Era da Instantaneidade

O novo cenário define uma relação mais íntima e integrada entre Pessoas, Ambientes e Processos empresariais. A ARO, através da sua metodologia, considera a análise profunda das organizações em relação a sua CULTURA, MOMENTO e nível de MATURIDADE dos serviços e/ou atividades relacionadas ao Ambiente de Trabalho. Estabelecemos Indicadores de Performance para aferir a eficiência dos processos e serviços através de um novo modelo de gestão visando uma melhor experiência dos usuários.

Esta Era de Instantaneidade exige das empresas Processos mais simples e integrados com o Ambiente visando gerar uma melhor experiência às Pessoas. Seguimos aqui a lição de casa daquilo que propagamos e cremos, e assim seguimos auxiliando as empresas para estabelecer uma melhor gestão dos Espaços de Trabalho, considerando nossa visão integrada e holística entre Projetos & Obras, Gestão de Ativos e Serviços de Facilities.

Acreditamos que assim teremos melhores experiências dos usuários das Edificações e complementamos nossa metodologia através da aplicação de Tecnologias (IoT e AI) com o objetivo de otimizar recursos e melhorar ainda mais a performance dos Ambientes, acreditando que assim teremos Pessoas mais felizes e portanto mais produtivas, o que na prática significa mais rentabilidade para sobrevivência das companhias.

Artigos relacionados

Compatibilização de Projetos, Métodos e Tecnologias para Edificações de Alta Performance
Consultoria “mão na massa” traz Resultados Excepcionais na Gestão de Edifícios, Ativos e Facilities
Construção Civil e Desenvolvimento Sustentável para o Pós-Pandemia
O conceito de Design Thinking aplicado na Estratégia de Gestão dos Espaços de Trabalho
Como aplicações IoT podem incrementar as operações empresariais

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *